Sustentabilidade no Bar
Sustentabilidade Atrás do Bar com Claire Sprouse – Parte II
Minha jornada de sustentabilidade como bartender começou na Califórnia em 2011, durante um período de pico de seca, um dos muitos que o estado experimentou nas últimas décadas. Nos anos seguintes, foram emitidas ordens de emergência para coibir o uso desnecessário de água, o que impediu que bares e restaurantes oferecessem água espontaneamente aos clientes, sob pena de multa. Numa indústria tão hospitaleira quanto a nossa, isso foi quase um pecado, mas também me fez perceber o quanto a gente não valorizava a água.
Historicamente, a água é vista como um recurso seguro, abundante e barato que circula discretamente pelos nossos espaços. No entanto, quando não pensamos ativamente em algo, começamos a não perceber o quanto ele é especial. Até passarmos por uma seca severa, não percebemos o quanto temos desperdiçado ao longo do caminho. A falta de água em bares é um pensamento assustador, mas está se tornando uma realidade em muitas partes do mundo.
Novas métricas para o sucesso
Para que façamos o uso da água de forma mais inteligente e sustentável com o uso da água, precisamos fazer um balanço de todas as maneiras como ela é usada em nossos espaços, começando por nossos equipamentos. O Food Service Technology Center da Frontier Energy, popularmente conhecido como Fishnick, ajuda as empresas a economizar água e eletricidade através da recomendação de equipamentos eficientes. Em vez de focar apenas em qual máquina de gelo produz cubos perfeitamente quadrados, também deveríamos nos perguntar qual delas não despeja litros de água não utilizada no ralo todos os dias.
Esse mesmo olhar pode ser aplicado na escolha de equipamentos como lava-louças e máquinas de gelo que utilizam água e energia para operar. Quando economizamos água, também economizamos energia que, por sua vez, é alimentada principalmente por combustíveis fósseis e gás natural. Embora possa não parecer tão emocionante (ou ter a gratificação tão imediata) quanto combater o desperdício de alimentos, as escolhas de equipamentos têm um grande impacto ambiental e podem contar muito para nossos objetivos de sustentabilidade na coquetelaria.
Teste da lâmpada?
Da próxima vez que você estiver em um bar ou restaurante, olhe em volta e note as lâmpadas do ambiente. Mesmo nas salas de bar mal iluminadas, a contagem começa a aumentar, à medida que as lâmpadas iluminam silenciosamente cabines, geladeiras, banheiros, corredores e muito mais. Uma lâmpada estilo Edison padrão de 60 watts usa energia suficiente para alimentar quinze lâmpadas LED. Mudar de lâmpadas tradicionais para lâmpadas LED é uma mudança simples que pode nos economizar em média $ 42 por ano, por lâmpada. Não é uma escolha inteligente apenas sob a perspectiva da sustentabilidade, mas também de negócios.
Pequenas mudanças criam impulso
Além de reduzir nosso uso de recursos limitados, também devemos pensar em ficar mais espertos com itens de plástico nocivos que inevitavelmente vão para o lixo. Recentemente, visitei um bar de hotel em Miami, onde eles usavam canudos biodegradáveis feitos de fibras de agave, um subproduto da indústria de processamento dessa planta. Esses canudos não eram apenas biodegradáveis, mas também elegantes e onipresentes em toda a cidade. Estamos começando a ver mudanças semelhantes em todo o mundo, pois muitas cidades e países estão aprovando regulamentações que incentivam bares e restaurantes a reciclar ou se tornar mais sustentáveis com itens de plástico que, inevitavelmente, vão para o lixo.
A sustentabilidade não só é saborosa, mas também tem boa aparência e pode ser funcional. É importante espalhar o bem para fora de nossos coquetéis e bares e para dentro das nossas comunidades. Vamos continuar a fazer escolhas inteligentes que beneficiem o meio ambiente e nossos negócios.
Perdeu a Parte 1? Leia aqui! Ou fique atento à parte três, onde vamos falar sobre o que significa espalhar esse bem exterior de nossos coquetéis para o bar e para nossas comunidades.